Da alfaiataria de Anselmo da Cunha Pinto Magalhães, os rapazes da Vila saem com embrulhos, contendo fatiota nova que será exibida no grande dia de hoje.
No rio Preto o movimento de barcos é importante.
A ponte do caminho da Corte, no largo do Porto, está cheia de curiosos, assistindo o movimento da chegada dos barcos que descem das fazendas margeantes do rio.
Dr. Gabriel Ploisquellecc Fortes de Bustamante, Juiz de Direito da Comarca, es-palhou convites a todas as pessoas de destaque da redondeza.
Vários esperam quem chega a Vila
Da janela do hotel, de quase todas as casas, pessoas ansiosas, aguardavam a chegada dos convidados.
Uma liteira desce a rua que margeia a rio em direção a fazenda Santa Clara.
É a Viscondessa que chega. Escravos carregam a liteira. Mucamas, a cavalo guardam o veículo conduz dona Maria Teresa de Souza Fortes, viscondessa de Monte Verde, viúva do Comendador Thereziano, barão de Monte Verde, senhora da fazenda Santa Clara.
Pela ponte, entra na Vila, o desembargador aposentado do então tribunal do Distrito na Corte, doutor Antônio Joaquim Fortes de Bustamante, Comendador da ordem de Cristo e Cavaleiro da Casa Imperial. É senhor da Fazenda de São Paulo, entre pajens.
Chega Carlos Teodoro de Souza Fortes, comendador da Ordem da Rosa, senhor da fazenda São Fernando.
A marquesa de Valença vem de sua fazenda- São Luiz- em aparatoso barco que atraca no largo do Porto.
O largo do Porto é o local mais movimentado da Vila.
Aí tem a guarda-moria e a maior parte das casas comerciais.
Até pouco tempo era chamado o largo do Cruzeiro, por ter aí um Cruzeiro fincado por ocasião que o Visconde Athayde, governador das Minas, mandou abrir esse sertão à mineração.
Rio Preto está entregue às festanças pomposas, pois a estadia da cantora em seu meio é grande acontecimento.
As ruas cheia de povo; misturam-se fidalgos, a plebe e os escravos; a indumentária é a mais variada possível.
Ao crepúsculo a praça central da Vila, contra os seus costumes, está movimentada.
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