Manoel Pereira Júnior da Silva dirige ao Presidente da Província, o seguinte requerimento:
«Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Presidente da Província de Minas Gerais.
Manoel Pereira d a Silva Júnior empresário expontâneo da estrada de Bom Jardim decretada por lei Provincial nº. 839, de 14 de Julho de 1857, vem respeitosamente requerer a V. Ex. que se digne no dar execução á Lei nº 1.167 de 8 de outubro de 1862, relativa á mesma estrada, visto como aproxima a reunião da Assembleia a que deve ser submetido o resul¬tado do que dispõe a mesma lei afim de re¬solver como julgar de interesse publico. E por que os interesses do Suplicante se ligam a tal julgamento por isso,
P. a V. Ex. se digne deferir com Justiça.
E. R. M. (a.) Manoel Pereira da Silva Júnior.Estava colado um selo de $100 reis.
Teve esta petição o despacho seguinte :-
«Logo que hajam En¬genheiros disponíveis será atendido o, pedido do Suplicante. —Palácio do Governo da Província de Minas Gerais, 30 de abril de 1863. Fernandes Torres.
Recebeu ainda Pereira a seguinte comuni¬cação : «Palácio da Presidência da Província de Minas Gerais, 1 de abril de 1864 — 5ª. Secção. Declaro a Vmcê. em respostas aos seus ofícios de 17 e 19 do mes findo, que n'esta data oficiei ao Engenheiro Modesto de Faria Bello para proceder ao necessário exame e orçamento ,contrato de conservação da estrada denominada de Bom Jardim,com quem melhores condições oferecer, contanto que que tal contrato vigore depois de aprovado por esta Província a quem deve ser submetido.
Deus guarde a Vmcê.
(a) Joaquim Fernandes Torres.
Capítulo VIII
Porfírio Escravo.
Vamos aqui abrir um parêntese para trazer em conhecimento dos que nos lêm, uma passagem já citamos o nome, mas não o biografamos_ Porfírio, escravo.
È natural de São João Del Rei e vive na fazenda de Santa Clara, onde é pedreiro. Veio para ali com anos e agora conta com 52 anos. É escravo da Viscondessa de Monte Verde.
Por ser o mais valente, é escolhido para executar as ordens de seus senhores.
Constam nos autos, em depoimento que ele com outros escravos consumiram Elias de tal, na fazenda, não aparecendo sequer, vestígio do assassinato
Contra o finado Tereziano, José Floriano, seu co-herdeiro manteve na justiça, uma questão de terras, que foi ganha por José Floriano. Este, munido do necessário documento, intima a Tereziano, judicialmente, do ganho de causa.
Quando o meirinho aproximava-se da fazenda de Santa Clara, Porfírio escravo foi esperá-lo à chegada da fazenda, com quatro escravos, deixando-o em “lençóis de vinho”, expressão muito usual na fazenda.
Foi então José Floriano à fazenda entender-se pessoalmente com Tereziano. Quando se aproxima da fazenda, Porfírio instou para que se retirasse, mas, José Floriano ousadamente entra no pátio da fazenda e aí recebe das mãos de Tereziano, uma bengalada.
Porfírio, com um cacete deixou José Floriano ensangüentado. Foi metido no cárcere da fazenda pó Porfírio auxiliado por outros escravos.
Pelos dias que se seguiram aparecia uma bandeja com vários alimentos ao que José Floriano recusava sempre.
À porta do cárcere , escravos que se rendiam, faziam guarda permanente.
A quem recorrer Floriano? Tinha que ali ficar.
Ao fim de cinco dias, aparecem na fazenda, as autoridades da Vila de Rio Preto, obrigando a José Floriano a assinar um “termo de bom viver”.
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