quarta-feira, 28 de abril de 2010

À fraqueza da luz ambiente, cá fora, quase não se pode reconhecer quem chega. Mas, quem sobe uma pequena escada, de poucos degraus, ali existente, e olha para o interior do prédio, aprecia outro aspecto. Está iluminada com a luz a gás. Distingue-se à porta principal do prédio, o Dr. Gabrielzinho, muito gentil, convidando a seus amigos a subir.
Não falta pessoa alguma de importância dessas paragens neste anunciado espetáculo.
Havia, ali, portadores de títulos nobiliárquicos, cujos nomes já citamos em tópicos anteriores, os elementos representativos da Vila, o Juiz de Direito - Dr. Gabrielzinho- o Promotor de Justiça, Dr. José Joaquim Fernandes Torres Junior, o Delegado de Polícia, Manoel José Espínola, o Vigário da Freguesia, Padre Martiniano Teixeira Guedes.
Um observador político se ali estivesse, pondo as suas qualidades em ação, consignar-se-ia logo, em sua crônica, a ausência completa do elemento liberal da Vila.
Havia ali somente partidários do Conservador.
À luz da gambiarra , Candiani canta,levando o seu auditório seleto e exigente às paragens da Arte, do sonho...
Alguns dos espectadores chegam a se levantar, tal o efeito causado pela voz de Candiani.
Os aplausos chovem. Outros artistas apresentam os seus trabalhos
Ao término do espetáculo, Candiani aparece para agradecer aos aplausos, quando o Dr. Gabrielzinho e Comendador Carlos Teodoro de Souza Fortes dirigem-se ao palco e jogam flores sobre a cabeça da consagrada artista.
Uma salva de palmas acompanhada de contentamentos, confessando que a Vila jamais tivera momento como esse.
Saem todos.
Dois vultos na semi-escuridão da rua abordam Dr. Gabrielzinho. São “Tira-Prosa” e Calixto, que de volta da Cava Grande, vêm dar conta do serviço feito- a morte de Pereira

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