Em portaria do Governo da Província do Rio de Janeiro de 07 de Abril de 1857 Pereira obtém autorização para construir a estrada da Freguesia de Conservatória até a ponte de Pirapetinga[1].
O entusiasmo de Pereira cresce. Pela sua cabeça não passa a idéia que enquanto estende as pontes sobre o rio Preto, e sobre o ribeirão Pirapetinga, no Boqueirão, fazendo sua estrada penetrar mato a dento, galgando montanhas. Põe a sua fortuna em cheque.
Com a construção do trecho da barranca do rio Preto à Freguesia de Bom Jardim o seu numerário esgota-se, as dívidas tomam mais vulto, sendo obrigado a alienar alguns de seus bens, chegando até a hipotecar a Pirapetinga, para terminar a construção do caminho Presidente Pedreira a Bom Jardim.
Caprichoso no feitio da sua estrada, nem por isso atende à vontade de todos os proprietários dos terrenos em que ela se estende. Muitos desejam que a estrada passe por suas portas; outros se aborrecem porque não se conformam que suas culturas, seus domínios sejam devassados pela passagem da estrada.
Outros, ao contrário,oferecem ao construtor o local da lavoura do café, julgando assim, que Pereira não cava sua estrada ali, poupando assim o sacrifício da planta.
Não obstante esses revezes que não amortecem o ânimo do bandeirante da terra ribeirinha, já se pode transitar a cavalo da barranca do rio Preto a Bom Jardim.
A fim de se livrar de vultosos compromissos, o malogrado bandeirante vende a sua fazenda Pirapetinga, mas, absorvido nas idéias de compensações, não se aborrece, procurando agora fazer que a estrada entre em território fluminense, em busca da Freguesia de Conservatória partindo da barranca do rio Preto.
[1] Hoje Barbosa Gonçalves, terras pertencentes aos membros da família Vilela.
Local “Areal”.
A ponte sobre o rio Pirapetinga é construída no Boqueirão da Mira e não onde encontra-se a ponte do Nogueira , sobre o rio Pirapetinga, uns metros acima da Cachoeira do mesmo nome,( popularmente conhecida como Cachoeira de Barbosa), na margem esquerda do rio Preto ( MG ); na confluência do Pirapetinga com o rio Preto.
Para esse serviço de grande monta, conta com o auxílio do Governo da Província do Rio de Janeiro. É incansável. Não conhece ainda o desânimo. É visto sempre no trabalho de sua estrada, com um pedaço de espada, cortando o mato leve, marcando o roteiro de seu caminho. Não é um Jeremias, mas o seu Thabor não está longe.
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