Os seus domínios estendem-se pelas margens do rio Preto,desde a Vila até além da foz ribeirão Pirapetinga, galgando as montanhas ramificantes da Mantiqueira.
A sede da fazenda, é, nestas centenas de léguas, o edifício mais importante. A sua construção sólida e demorada, foi feita pelos seus escravos que elevam a mais de três mil.
A maior culturada fazenda é a do café. Para a condução da rubiácea produzida em suas terras, ao mercado consumidor,FranciscoThereziano Fortes, o barão de Monte Verde, tem tropas a propósito, possuindo, para esse mister,pedaços de terras- sítios- ao longo do caminho da Corte, para nesses pontos de descanso, ser tratada a tropa e se refazer das fadigas da viagem.Muitas das vezes, por essas espécies de estações, são substituídos os animais da tropa.
É Francisco Thereziano Fortes um grande benfeitor da vila de Rio Preto,ou em verdade,o seu construtor.
Não há construção de valor que não tenha o seu nome ligado.
A cadeia[1], onde, no alto, funciona a Câmara Municipal, o calçamento das principais ruas e praças da vila, as várias estradas que continuamente cortam o vale do rio Preto, e, uma série de melhoramentos outros, devem-se ao Barão de Monte Verde, Thereziano, que tem a sua bolsa aberta a fim de auxiliar a tudo que represente o crescimento da vila.
Foi o garimpeiro do vale, desde o município de Paraibuna, subindo o cursode vários afluentes do rio Preto, até às margens do rio Grande, na zona do campo.
Arrancou muito ouro no seio virgem da terra.
Tinha, para isso, grande número de escravos, que com suas bateias e almocrafes, tiraram , fortunas dentre os cascalhos dos diversos cursos d’ água deste município e imediações.
[1] Atualmente o edifício do Fórum ( 1938).
Dentro dos domínios de Santa Clara, afastada do rio Preto,cerca de quatro quilômetros, fica a fazenda de São Bento, pedaço de terra doado por Francisco Thereziano Fortes ao capitão Tomé Dias dos Santos Brandão, que muito o auxiliou em suas aspirações.
Fazenda de São Bento, Santa Rita de Jacutinga- MG
É uma São Marino encravada na Itália de Leonardi; assim nos parece São Bento dentro de Santa Clara.
Doutro lado, à margem direita do rio Preto, pouco acima da fazenda Santa Clara, estendendo-se pelo território da freguesia de Santa Isabel do Rio Preto,município de Valença, sita a fazenda de São Matias.
Sou descente direto da família Brandão e, pela primeira vez leio este conteúdo histórico, embora tenha sido um descedente não participativo da família, da qual pouco conheço dos membros. Entretanto, desde que me entendo por gente a Capoeira fez parte da minha vida e até hoje aos 56 anos, não obstante ser pesquisador do assunto luso-afro-brasileiro. Diante do descrito, sinto a necessidade de aprofundar-me neste tema afeito a minha família, principalmente, pelo fato de ter escutado de minha tia, que os escravos dos tempos do PASBEN eram bem tratados e, eu a questionei indagando: "Como um indivíduo na condição de escravo poderia ter sido bem tratado, na medida em que este fato por sí representava a maior violência impingida pela burguesia da época?"
ResponderExcluirPode parecer que estou querendo criar uma polêmica historiográfica, porém, se nos reportarmos a historiografia, aquela nos foi passada nos bancos escolares, verificaremos que os conteúdos nos induziram a pensar que os personagens, diga-se de passagem eminentes cidadãos burqueses, foram os heróis que defenderam e construiram a sociedade brasileira, enquanto que o negro não passou de simples mão-de-obra daquilo que os "senhores" lhes obrigava nos séc.XVl, XVll, XVIII e XlX. Enfim, a História do Brasil, foi escrita para o branco, objetivando propalar seus heroismos em detrimento dos verdadeiros construtores de nossa sociedade, cito, o negro antes escravizado e hoje vilipendiado.
ResponderExcluirMárcio também sou da Família. Sou do ramo Andrade. Coincidentemente sempre me questionei a respeito do que vc relatou... Um abraço, Andrea
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