sexta-feira, 12 de junho de 2009

Manoel Pereira da Silva Júnior

É casado com d. Inácia Maria da Silva Pereira, cujo consórcio há muitos filhos, maiores e menores.
Pereira é um homem empreendedor e de vontade de ferro.


Baixo, corpulento, de cinquenta e poucos anos, usa duas longas suíças que lhe caíam pelo rosto, já embranquecidas, dando-lhe um aspecto senhorial.
É sempre visto a cavalo pelas estradas, cobrindo-se ao sol com um guarda sol roxo.
Viaja só, por toda Província, não leva consigo nenhum pajem, como é de costume à gente abastada. É um homem do povo, grandemente benquisto.
Mal grado o espírito nacionalista inundara os corações brasileiros, desde 1822, estabelecendo uma linha divisória entre estes e os portugueses; Pereira era estimado pelos brasileiros deixando à parte o jacobinismo, cedendo amizade a Pereira pelos dotes de coração que este possuía.
Empolgado pela idéia de abrir estradas, medida que vinha trazer ao vale do rio Preto inestimáveis benefícios, acompanha, com vivo interesse, todas as iniciativas a respeito.
Já se foram aqueles tempos que os governadores de Minas procuravam estabelecer barreiras naturais para evitar o extravio do ouro, tendo como auxiliar, a bruteza dos matos e asperezas das serras, acautelando bem o fisco insaciável.
Pereira segue a Ouro Preto e oferece ao Governo da Província seus serviços para que se construa a estrada idealizada, ligando Conservatória a Bom Jardim de Minas, obrigando-se a fazer às suas custas uma ponte sobre o rio Preto, nas proximidades de sua fazenda - Piratininga.
Com tal proposta recebe a autorização de construir pelos cofres públicos da Província, uma estrada que partisse da fazenda de Pirapetinga fosse à Freguesia de Bom Jardim, com quatro léguas de extensão.

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