segunda-feira, 29 de junho de 2009


Ruínas de Santa Tereza. Fazenda herdada de Francisco Dionísio Fortes por Eleuteria Claudina de Souza Fortes.
















Doutro lado, à margem direita do rio Preto, pouco acima da fazenda Santa Clara, estendendo-se pelo território da freguesia de Santa Isabel do Rio Preto,município de Valença, sita a fazenda de São Matias, de Fernando Ferraz[1].




Vestígios das pedras que, outrora, serviram de alicerce para a sede da fazenda de São Matias de Fernando Ferraz.

Fernando Ferraz nasceu em 13/07/1863.

Era filho legítimo de Victorino Antônio Ferraz d’ Araujo e Mathildes Ignacia de Araujo, com 36 anos, casado, fazendeiro, natural da Villa de Valença de Minho, Portugal.



Abaixo da fazenda de São Matias,ergue-se a sede da fazenda de Pirapetinga, vendida por Manoel Pereira a Antônio Ignácio Ferraz.
Antônio Ignacio Ferraz é de origem portuguesa casado com uma das filhas de Dona Eleuteria Claudina Fortes,irmã do Barão de Monte Verde.




Comprou a fazenda de Pereira, por intermédiodo patrício de ambos, Joaquim da Fonseca Moura, negociante na Barra Mansa.[2]
Para essa compra, Ferraz arranjou dinheiro com o Comendador Thereziano, dando-lhe em garantia hipotecaria a mesma fazenda.




Abaixo da Pirapitinga, fronteiriça à fazenda de Santa Clara, sita a fazenda de Santa Tereza[3]de dona Eleuteria Claudina de Souza Fortes irmã de Tereziano, como foi afirmado.
Visão ao fundo,da fazenda de Santa Tereza.





























[1] Hoje (1938) fazenda do mesmo nome de propriedade da senhora d. Maria de Lourdes Leite de Andrade. Em 2009, seu nome é Santa Rita e tem outro proprietário.

[2] Chacrinha, distrito da cidade defronte a estação de São Luiz.
[3] Ainda temo mesmo nome. É de propriedade do capitão José dos Reis Duque.

terça-feira, 23 de junho de 2009


Os seus domínios estendem-se pelas margens do rio Preto,desde a Vila até além da foz ribeirão Pirapetinga, galgando as montanhas ramificantes da Mantiqueira.
A sede da fazenda, é, nestas centenas de léguas, o edifício mais importante. A sua construção sólida e demorada, foi feita pelos seus escravos que elevam a mais de três mil.
A maior culturada fazenda é a do café. Para a condução da rubiácea produzida em suas terras, ao mercado consumidor,FranciscoThereziano Fortes, o barão de Monte Verde, tem tropas a propósito, possuindo, para esse mister,pedaços de terras- sítios- ao longo do caminho da Corte, para nesses pontos de descanso, ser tratada a tropa e se refazer das fadigas da viagem.Muitas das vezes, por essas espécies de estações, são substituídos os animais da tropa.
É Francisco Thereziano Fortes um grande benfeitor da vila de Rio Preto,ou em verdade,o seu construtor.
Não há construção de valor que não tenha o seu nome ligado.
A cadeia[1], onde, no alto, funciona a Câmara Municipal, o calçamento das principais ruas e praças da vila, as várias estradas que continuamente cortam o vale do rio Preto, e, uma série de melhoramentos outros, devem-se ao Barão de Monte Verde, Thereziano, que tem a sua bolsa aberta a fim de auxiliar a tudo que represente o crescimento da vila.
Foi o garimpeiro do vale, desde o município de Paraibuna, subindo o cursode vários afluentes do rio Preto, até às margens do rio Grande, na zona do campo.
Arrancou muito ouro no seio virgem da terra.
Tinha, para isso, grande número de escravos, que com suas bateias e almocrafes, tiraram , fortunas dentre os cascalhos dos diversos cursos d’ água deste município e imediações.
[1] Atualmente o edifício do Fórum ( 1938).
Dentro dos domínios de Santa Clara, afastada do rio Preto,cerca de quatro quilômetros, fica a fazenda de São Bento, pedaço de terra doado por Francisco Thereziano Fortes ao capitão Tomé Dias dos Santos Brandão, que muito o auxiliou em suas aspirações.

Fazenda de São Bento, Santa Rita de Jacutinga- MG

É uma São Marino encravada na Itália de Leonardi; assim nos parece São Bento dentro de Santa Clara.
Doutro lado, à margem direita do rio Preto, pouco acima da fazenda Santa Clara, estendendo-se pelo território da freguesia de Santa Isabel do Rio Preto,município de Valença, sita a fazenda de São Matias.

Maria Theresa de Sousa Fortes e Francisco Thereziano Fortes.







segunda-feira, 22 de junho de 2009

Rio Preto MG- Resumo Histórico: Capa de Resumo Histórico de Rio Preto

Rio Preto MG- Resumo Histórico: Capa de Resumo Histórico de Rio Preto













































Santa Clara
















Outra, na Vila de Rio Preto, construída por ordem do então governador de Minas, d. Pedro Maria Xavier de Athayde e Mello, continuando a obra sonhada pelo governador e capitão geral, d. Rodrigo José de Menezes, que mandou abrir este sertão à mineração e permitiu seu povoamento criando o Registro de Rio Preto, sendo o 2º guarda mor, o capitão Francisco Dionísio Fortes, fundador da Vila de Rio Preto.
Pelo vale do rio Preto, nas confrontações Aiuruoca, Rio Preto e Valença, espalham-se as ricas fazendas dos Fortes, adquiridas por herança de seu maior que foi Francisco Dionísio Fortes.
A maior e mais importante é a fazenda de Santa Clara, de propriedade do Comendador Francisco Thereziano Fortes.








Pontilhão de Barbosa Gonçalves. Linha extinta da EFCB Vale do rio Preto, separando os Estados de Minas do Rio de Janeiro. Foto Darci.
Comendador Thereziano possui grande fortuna. É casado com d. Maria Thereza de Souza Fortes, baronesa de Monte Verde. Não tem filhos.[1]

[1] Em óbitos de Rio Preto, 1936. Folhas 07 Cemitério de Santa Clara. Data: 08/01/1836. Nome: Gêmeos Antônio e Francisco. Filhos : Capitão Francisco Thereziano Fortes.
Livro: 1833-1848. Pesquisa de FHOAA em Junho de 2009. Arquidiocese de Juiz de Fora. MG















sábado, 20 de junho de 2009

Capítulo III

O Vale do rio Preto.
Antes que entremos na configuração do admirável vale do rio Preto, onde é o teatro romance que estamos delineando, é bom que conheçamos o rio Preto e seu caudal.
Nasce na Serra da Mantiqueira - sistema Itatiaia –Separa as Províncias de Minas e Rio der Janeiro,
Pico da Bandeira Fonte: Foto disponível na Internet



Separa os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro desde a sua nascente, até a sua foz.
Deságua, depois de um percurso de cento e noventa e oito quilômetros, na margem direita do rio Paraibuna, que, logo em seguida, depois de um pequeno rolar,lança-se no Paraíba do Sul.
Banha o Município de Rio Preto, desde a foz do ribeiro Passa Vinte, confinante dos municípios de Aiuruoca e Rio Preto , até o rio Monta Cavalo,que divide os municípios de Rio Preto e Santo Antônio do Paraibuna ( Juiz de Fora).
Banha o município que tem o seu nome numa extensão de oitenta e um quilômetros[1].
Em seu curso, banha os municípios fluminenses de Resende, Barra Mansa, Valença- onde dá o nome aos distritos de Santa Isabel.
Em território da província de minas banha os municípios de Aiuruoca, Rio Preto, a que dá o nome, e Santo Antônio do Paraibuna.
A sua Bacia, só em território mineiro, é de 1.074 km²[2].
Ao sair da bacia, onde nasce o rio, forma três cascatas[3]:- a primeira mede cerca de três metros, a segunda, 20 metros; e, a terceira perto de 30 metros.
Rio Preto
Comprimento
222 km
Nascente
Pico das Agulhas Negras
Foz
Rio Paraibuna
Área da bacia
3 326 km2


Tem, nos limites do município de Rio Preto, algumas pontes:- uma, no posto Zacarias, lugar histórico, construída por ocasião em que o Duque de Caxias aniquilou a revolução de 1842 [5].

[1] Medida atual quando escrito o livro.
[2] Anuário Estatístico do Estado do Estado de Minas Gerais 1929.
[3] Dicionário Geográfico. Dr. Moreira Pinto.
[4] Dicionário Geográfico. Dr. Moreira Pinto.

[5] Consultar Movimento Político em Minas Gerais em 1842, por Dr. Moreira de Azevedo.

Fotos disponíveis na Internet.


Pico da Bandeira

O rio Preto separa os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro desde a sua nascente, até a sua foz.
Deságua, depois de um percurso de cento e noventa e oito quilômetros, à margem direita dó rio Paraibuna que, logo em seguida, depois de um pequeno rolar,lança-se no Paraíba do Sul.Banha o Município de Rio Preto, desde um espigão existente nas proximidades da fazenda de Santa Bárbara, espigão confinante dos municípios de Aiuruoca e Rio Preto , até o rio Monta Cavalo,que divide o município de Rio Preto do de Juiz de Fora,todos no Estado de Minas Gerais, numa extensão de oitenta e cinco quilômetros.
Banha, em seu curso, os municípios fluminenses de Resende, Barra Mansa, Valença- onde dá o nome aos distritos de Santa Isabel- Santa Teresa e Paraíba do Sul. Em território mineiro banha os municípios de Aiuruoca, onde nasce; Rio Preto, a que dá o nome, e Juiz de Fora, onde dá o nome ao distrito de São José.
A sua Bacia, só em território mineiro é de 2.074 km².
Ao sair da bacia, onde nasce, o rio forma três cascatas, a primeira mede cerca de três metros, a segunda, 20 metros; e, a terceira perto de 30 metros.
A bacia onde nasce o rio Preto tem um aspecto de meio elipsóide, com seu eixo em direção leste- oeste, aproximadamente.
Tem, na ocasião dos fatos que descrevemos, nos limites do município da vila de Rio Preto, algumas pontes: uma, no ponto Zacarias, lugar histórico, construída por ocasião em que o Duque de Caxias aniquilou a revolução de 1842, em Minas com o combate decisivo de Santa Luzia.
Pontes sobre o rio Preto:


quarta-feira, 17 de junho de 2009

Em portaria do Governo da Província do Rio de Janeiro de 07 de Abril de 1857 Pereira obtém autorização para construir a estrada da Freguesia de Conservatória até a ponte de Pirapetinga[1].
O entusiasmo de Pereira cresce. Pela sua cabeça não passa a idéia que enquanto estende as pontes sobre o rio Preto, e sobre o ribeirão Pirapetinga, no Boqueirão, fazendo sua estrada penetrar mato a dento, galgando montanhas. Põe a sua fortuna em cheque.
Com a construção do trecho da barranca do rio Preto à Freguesia de Bom Jardim o seu numerário esgota-se, as dívidas tomam mais vulto, sendo obrigado a alienar alguns de seus bens, chegando até a hipotecar a Pirapetinga, para terminar a construção do caminho Presidente Pedreira a Bom Jardim.
Caprichoso no feitio da sua estrada, nem por isso atende à vontade de todos os proprietários dos terrenos em que ela se estende. Muitos desejam que a estrada passe por suas portas; outros se aborrecem porque não se conformam que suas culturas, seus domínios sejam devassados pela passagem da estrada.
Outros, ao contrário,oferecem ao construtor o local da lavoura do café, julgando assim, que Pereira não cava sua estrada ali, poupando assim o sacrifício da planta.
Não obstante esses revezes que não amortecem o ânimo do bandeirante da terra ribeirinha, já se pode transitar a cavalo da barranca do rio Preto a Bom Jardim.
A fim de se livrar de vultosos compromissos, o malogrado bandeirante vende a sua fazenda Pirapetinga, mas, absorvido nas idéias de compensações, não se aborrece, procurando agora fazer que a estrada entre em território fluminense, em busca da Freguesia de Conservatória partindo da barranca do rio Preto.
[1] Hoje Barbosa Gonçalves, terras pertencentes aos membros da família Vilela.
Local “Areal”.
A ponte sobre o rio Pirapetinga é construída no Boqueirão da Mira e não onde encontra-se a ponte do Nogueira , sobre o rio Pirapetinga, uns metros acima da Cachoeira do mesmo nome,( popularmente conhecida como Cachoeira de Barbosa), na margem esquerda do rio Preto ( MG ); na confluência do Pirapetinga com o rio Preto.
Para esse serviço de grande monta, conta com o auxílio do Governo da Província do Rio de Janeiro. É incansável. Não conhece ainda o desânimo. É visto sempre no trabalho de sua estrada, com um pedaço de espada, cortando o mato leve, marcando o roteiro de seu caminho. Não é um Jeremias, mas o seu Thabor não está longe.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Boqueirão da Mira


Com todo esforço, próprio da vontade de um Pereira, a ponte é lançada.
Outras pontes pequenas são construídas em pedra, em madeira, não pondo em conta as dezenas de bueiros, no decurso da estrada que penetra mata adentro, levando ao Campo, onde as auras brandas sopram, onde o Sol, a bruma do degelo sazonando os frutos que enriquecem a Zona, um intercâmbio animador tende ao crescimento, não só do vale do Rio Preto, como de outras plagas, realizando assim, as velhas aspirações dos governos das Províncias de Minas e do Rio de Janeiro, enraizadas no cérebro de Manoel da Silva Pereira Júnior, que o cognominaremos de “o Bandeirante da terra Ribeirinha”.
Por circunstância que Pereira ignora o governo da Província de Minas não cumpre o prometido, e, o abastado fazendeiro de Pirapetinga, dispõe-se com arroubo a fazer a estrada às suas expensas pondo em cheque a sua fortuna adquirida depois longos anos de trabalhos e com uma persistência cristã.
Quando estavam em meios os trabalhos iniciados, o Presidente da Província do Rio de Janeiro sabendo do intuito patriótico de Pereira abre um crédito autorizando, a Pereira, a construção da estrada desejada.
Em portaria do Governo da Província do Rio de Janeiro de 07 de Abril de 1857 Pereira obtém autorização para construir a estrada da Freguesia de Conservatória até à ponte de Pirapetinga[1].


[1] Hoje Barbosa Gonçalves, terras pertencentes aos membros da família Vilela. Local “Areal”.

sábado, 13 de junho de 2009

Iniciando o serviço da construção da estrada, da barranca do rio Preto a Bom Jardim , Pereira só encontrou nas montanhas da Mantiqueira, um único caminho para cavar sua estrada: o Boqueirão da Mira.
E, a estrada passa por aí, porém, a entrada e saída é por cima do rio, por uma ponte cujas vigas são embutidas na pedra, por um e outro lado. A não ser por essa passagem estreita e decorativa, própria para celebrizar artistas dos pincéis,nenhum mortal seria capaz de entrar ou sair dele, sem ser com auxílio de asas, qual novo Ícaro no labirinto de Creta.
Vestígios da Ponte sobre o rio Preto construída por Manoel Pereira da Silva Júnior.Terminada em 06 de agosto de 1856.
Local: Areal em Barbosa Gonçalves.















De conformidade com o prometido Pereira constrói a ponte de Pirapetinga, adiante à sede de sua fazenda, sobre o rio Preto, terminando as obras da construção em 06 de agosto de 1856.[1]
[1] Essa ponte foi queimada por ocasião do Movimento Revolucionário de 1930, para evitar-se a penetração de forças mineiras em território fluminense.